08/06/11

Cristãos são dos mais perseguidos

"JORNAL DE NOTICIAS"


Cristãos são religiosos dos mais perseguidos
Relatório elenca 21 países de todo o Mundo onde mais se pratica a intolerância
2010-11-28
RUI OSÓRIO

Desde Janeiro de 2009 até hoje, o número de violações da liberdade religiosa tende a piorar, revela um relatório da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS). A edição 2010, que analisa a situação de 194 países de todo o Mundo, mostra que a intolerância em relação aos cristãos está a crescer, inclusive em países ocidentais.

Particularmente preocupantes são as discriminações com base na religião, em especial na área de predomínio islâmico, e a hostilidade face à religião com motivações políticas.

São elencados 21 países com graves atentados à liberdade religiosa: Arábia Saudita, Bangladesh, China, Coreia do Norte, Cuba, Egipto, Eritreia, Iémen, Índia, Irão, Iraque, Laos, Maldivas, Myanmar (antiga Birmânia), Nigéria, Paquistão, Somália, Sudão, Uzbequistão e Vietname.

Na apresentação do estudo, na passada terça-feira, em Lisboa, Octávio Carmo, chefe de Redacção da Agência "Ecclesia", destacou a "violência cega" que atinge qualquer crente, independentemente da sua idade e condição.

O padre Jacinto Farias, assistente eclesiástico da AIS, destacou a liberdade de consciência como o aspecto "mais elevado" e, ao mesmo tempo, "mais delicado" da liberdade de expressão no mundo actual.

Os dados do relatório falam no fim do cristianismo na Coreia do Norte, país no qual a Igreja não tem clero e o culto é impossível.

Exemplo de repressão são as Maldivas, cuja constituição estabelece o Islão como religião de Estado, proibindo os cidadãos de professar qualquer outra fé. É ilegal levar bíblias ou outro material religioso não-muçulmano para o país.

Quanto à «cristianofobia» no Ocidente, o relatório da AIS considera que, "do ponto de vista da agressão cultural, é um fenómeno claramente em crescimento".

O documento analisa a situação dos cristãos e de outras confissões religiosas, denunciando casos de perseguição e de atropelos a um direito fundamental consagrado na Declaração Universal dos Direitos do Homem. O estudo fala em graves limitações à liberdade de culto e de consciência, além de limitações legais à liberdade religiosa e episódios de repressão legal.

Com o seu documento em defesa e em promoção da liberdade religiosa no Mundo, a AIS pretende apresentar um "compêndio geral do grau de liberdade religiosa existente em cada um dos países do Mundo, além das formas e motivos da repressão que padecem os diferentes grupos religiosos".